Thursday, July 10, 2008

JUST BECAUSE WE'RE GAY...















... foi o que ouvi depois de mais um clique na minha máquina fotográfica. Depreendi que alguns dos gays que festejavam na Gay Parade não estavam muito satisfeitos com o assedio fotográfico.
Bom, verdade seja dita que era inevitável – ou porque os próprios gays pousavam para as objectivas sem que se lhes pedisse ou porque era mesmo para isso que a parada servia – mostrarem-se tal como são e viverem um dia em total liberdade de movimentos.
“There will always be a march until the day we have the same rights” - foi o que disse a anfitriã da parada. 
No que me toca, eu estava realmente interessada em ver a parada e tentar perceber o fenómeno. É pena que tenha que ser um evento tão teatral e carnavalesco para que o dito desejo possa eventualmente realizar-se.

Procurei que as minhas notas não fossem tão obvias – a parada é bem mais flamboyant do que aqui se mostra. Interessava-me mais observar "à roda" do que focar nas personagens.

foto

Wednesday, July 9, 2008

I LOVE NEW YORK

I love...

... os diners fluorescentes excepto a comida
... ser obrigada e olhar para a diferença com indiferença
... o humor de elevador dos nova-iorquinos
... o encontro de pessoas de todo o mundo numa

 só cidade
... a comida afegã, tailandesa, grega, ucraniana e a do resto do mundo no virar da esquina
... mandar um e-mail e saber que vou ter sempre uma resposta - e rápida
... os cursos de tudo e de nada e os seus professores dedicados
... a energia, vaidade, magia, vício, criatividade, vanguardismo da cidade
... os piropos de rua – “hot jacket!”, “I love your bag, where did you buy it?”
... o empenho dos americanos nas coisas que fazem
... a eficiência dos serviços de internet
... ler as “reviews” antes de comprar o que quer que seja
... o respeito pela palavra do cliente
... o “welcome”, did you find everything O.K.?, “Have a nice day” e o "Stay warm" ou cold conforme o Inverno ou o Verão
... as cerejeiras em flôr na Primavera
... não ter que guiar
... encontrar experts em tudo e mais alguma coisa... os serviços de entrega em casa
... as minhas aulas de pilates no ginásio do prédio
... o Mandy’s que me arranjou os estágios
... os ténis e a informalidade
... a tolerância entre as pessoas
... a diversidade das pessoas na rua e nunca deixar de me espantar com isso
... a reinvenção e renascimento permanente da cidade
... o New York Times, a New York Magazine e a New Yorker
... o Netflix - posso receber em casa 3 filmes de cada vez
... dar os meus dados do cartão e ter a certeza de que não vou ser enganada
... a minha carteira Cole Haan e os meus ténis prateados da Nike
... a excitação continua e a boa disposição dos nova-iorquinos
... as baggles da Hudson Street, as waffles com mapple syrup e as amêndoas caramelizadas compradas na rua (que só não como mais porque engordam)
... conhecer pessoas novas e convidá-las para jantar duas semanas depois
... blueberry muffins que são maiores do que os queques portugueses
... a monstruosa livraria Barnes & Noble cujos corredores e cantinhos estão animados por pessoas sentadas a folhear livros e revistas
... as promoções durante o ano inteiro... a democracia das ruas de Nova Iorque: Norte-Sul, Este-Oeste, avenidas paralelas e ruas transversais, muitos números e poucas nomes
... o salmon burger do BLT Burger
... os museus sempre vivos
... o sentido construtivo e pedagógico omnipresente
... os cartões de fidelização de tudo e de nada
... ter sempre sítios novos para descobrir
... a Little India em Queens, a Little Italy no Bronx e Red Hook em Brooklyn – mas minha querida Manhattan!
... ter perdido a minha "virgindade" nesta cidade
... o tall late no Inverno e o sume de maçã e gengibre no Verão
... pintar as unhas nos Nails Spas... viver em West Village
... os copões de desconto para detergentes e musicais
... o Sacks mas prefiro o Bloomingdales porque não tenho dinheiro para o Barneys ou Bergdorf Goodman
... a valorização pela qualidade e mérito das pessoas
... a West Street e o rio Hudson
... os extremos, antípodas, contradições e os polos +/- da Maçã
... as bancas de flores por toda a cidade
... a capacidade de acolher as pessoas principalmente aquelas que querem acrescentar valor à vida e à cidade
... as luzes de Times Square
... pensar que nunca fui turista em Nova Iorque
... que não se fume nos espaços fechados
... as kebabs nos carros ambulantes
... os depósitos de àgua no topo dos prédios
... a sensação de viver numa cidade única... a minha Kitchen Aid cor de laranja onde faço uns magníficos biscotti com cranberries
... ir ao Chelsea Market para comprar os legumes da semana e beber o melhor Capuccino de sempre
... ter sempre restaurantes novos para experimentar
... as catadupas de eventos a acontecer
... as personalidades tão diferentes de cada bairro
... viver em Nova Iorque.











But I hate...

... ter que dar gorjetas por tudo e por nada
... o cheiro pestilento a chichi de cão nos cantos do prédio
... ter que reservar um restaurante com um mês de antecedência
... as máquinas de lavar comunitárias que lavam mal a roupa e as secadoras que estragam até os algodões mais fortes
... ter tantas opções e não conseguir experimentar /ver /provar /apreciar /tocar /vestir /ouvir /ler todas
... que as cozinhas não tenham exaustores
... que a cidade seja tão cara e de o Dólar estar tão baixo
... o calor húmido no verão
... as sirenes histéricas dos bombeiros
... odiava musicais mas passei a adorar
... a condução dos taxistas
... os corredores dos prédios que parecem hospitais ou prisões
... que os americanos sejam tão respeitadores das regras e pouco desenrascados
... o super-mercado D’Agostino que é caro para burro

... ter que andar de metro no Verão

... não ter carro quando tenho que carregar as compras

... o barulho do ar condicionado da minha casa
... não ter mais janelas em casa
... o trânsito parado
... pensar que estou numa ilha com milhões de pessoas e que se acontece alguma coisa não tenho grande margem de manobra
... a falta de sinceridade dos americanos e o excesso de diplomacia nas palavras
... a Cristopher Street no Verão
... a dificuldade em combinar qualquer coisa à última hora
... as vozes histéricas das americanas já com os copos
... não ter praia a 15 minutos de casa
... as temperaturas negativas do Inverno e o vento cortante ao cruzar uma avenida
... o ar condicionado dos cinemas no Verão - cá fora morremos de calor e dentro da sala morremos de frio
... o facto do vinho ser tão caro
... o cheiro que sai dos ventiladores das cadeias de junk food
... chegar à sexta feira e bater com o nariz na porta do cinema - a lotação está esgotada e eu não comprei o bilhete antecipadamente...
... passar pelas multidões em Times Square
... os magotes de turistas
... a imaturidade nas relações entre homem e mulher
... pensar que um dia me vou embora...