Diário Aventura Solidária AMI
Senegal, 13 - 21 de Abril 2007
Senegal, 13 - 21 de Abril 2007
Dia 21 de Abril - último dia
O mercado de Dakar tem outra sofisticação, está claro. Trata-se de um edifício colonial ainda resquício do domínio francês de tempos idos. O nosso “protector” Malick levou-nos até lá.
O Malick é um homem sereno e de sorriso sincero que nos faz sentir bem. Inteligente e “sábio” pela idade que já tem (é-se considerado “sábio” a partir dos 40 anos, acompanhou-nos sempre ao longo destes dias. Conversa pausadamente quando nos explica e conta as belezas e angústias do Senegal.
Foi ele quem contactou a AMI para que esta chegasse até ao Senegal.
A meio da manhã apanhámos um ferry para Gorée, uma ilha que fica no largo da costa do Senegal, em frente a Dakar.
Também aqui a AMI tem uma mãozinha! Em 2005 recuperou uma capela, ainda marca de uma feitoria fundada pelos portugueses, no século XV.
Mas a razão da visita não era essa. Gorée, em 1978, foi classificada como Património da Humanidade e, infelizmente, é considerada símbolo da exploração humana.
Entre os séculos XV e XIX foi um centro de comércio de escravos, que depois da estadia dos portugueses, foi explorado por holandeses, ingleses e franceses.
Fizemos um passeio por entre as casas coloniais até à casa-museu dos escravos, a que resta em pé da daquela exploração na ilha.
Construída em 1776 pelos holandeses, a casa aprisionava entre 150 e 200 nativos de África que eram acorrentados e mantidos em celas por longos períodos, até que eram comprados e levados para a América.
A visita à casa é tudo menos agradável. É inevitável imaginar o que ali se passava, e por mais remota que seja a brutalidade, enquanto portugueses, é impossível não sentirmos alguma vergonha.
Deambulámos pelas ruas de Gorée. É fácil dar-se a volta à ilha pela sua pequena dimensão. As ruas são simpáticas e coloridas. Percorremos os caminhos envoltos em degradação e nobreza. As casas são elegantes mas muitas não estão conservadas. Não deixa de ter o seu charme.
Queimávamos os últimos cartuchos com conversas de fim de luz.
Afeiçoáramo-nos uns aos outros, e pela intensidade da missão era impossível não existir harmonia entre todos.
Pelo destino em si, era pouco provável que a primeira viagem piloto não corresse bem. Mas a disponibilidade da equipa e a participação das pessoas no projecto tornaram esta missão ainda mais inesquecível.
O nosso trabalho de voluntariado foi a grande experiência – é formidável contribuir e deixar alguma coisa feita para pessoas que precisam.
Nit Nit Ay Garaban - O homem é o remédio do homem.
Nessa noite regressámos a Lisboa.
O mercado de Dakar tem outra sofisticação, está claro. Trata-se de um edifício colonial ainda resquício do domínio francês de tempos idos. O nosso “protector” Malick levou-nos até lá.
O Malick é um homem sereno e de sorriso sincero que nos faz sentir bem. Inteligente e “sábio” pela idade que já tem (é-se considerado “sábio” a partir dos 40 anos, acompanhou-nos sempre ao longo destes dias. Conversa pausadamente quando nos explica e conta as belezas e angústias do Senegal.
Foi ele quem contactou a AMI para que esta chegasse até ao Senegal.
A meio da manhã apanhámos um ferry para Gorée, uma ilha que fica no largo da costa do Senegal, em frente a Dakar.
Também aqui a AMI tem uma mãozinha! Em 2005 recuperou uma capela, ainda marca de uma feitoria fundada pelos portugueses, no século XV.
Mas a razão da visita não era essa. Gorée, em 1978, foi classificada como Património da Humanidade e, infelizmente, é considerada símbolo da exploração humana.
Entre os séculos XV e XIX foi um centro de comércio de escravos, que depois da estadia dos portugueses, foi explorado por holandeses, ingleses e franceses.
Fizemos um passeio por entre as casas coloniais até à casa-museu dos escravos, a que resta em pé da daquela exploração na ilha.
Construída em 1776 pelos holandeses, a casa aprisionava entre 150 e 200 nativos de África que eram acorrentados e mantidos em celas por longos períodos, até que eram comprados e levados para a América.
A visita à casa é tudo menos agradável. É inevitável imaginar o que ali se passava, e por mais remota que seja a brutalidade, enquanto portugueses, é impossível não sentirmos alguma vergonha.
Deambulámos pelas ruas de Gorée. É fácil dar-se a volta à ilha pela sua pequena dimensão. As ruas são simpáticas e coloridas. Percorremos os caminhos envoltos em degradação e nobreza. As casas são elegantes mas muitas não estão conservadas. Não deixa de ter o seu charme.
Queimávamos os últimos cartuchos com conversas de fim de luz.
Afeiçoáramo-nos uns aos outros, e pela intensidade da missão era impossível não existir harmonia entre todos.
Pelo destino em si, era pouco provável que a primeira viagem piloto não corresse bem. Mas a disponibilidade da equipa e a participação das pessoas no projecto tornaram esta missão ainda mais inesquecível.
O nosso trabalho de voluntariado foi a grande experiência – é formidável contribuir e deixar alguma coisa feita para pessoas que precisam.
Nit Nit Ay Garaban - O homem é o remédio do homem.
Nessa noite regressámos a Lisboa.